17 de março de 2010

Conceitos sobre Altas Habilidades/Superdotação

Alunos autores: Cezanildo Ferreira Lima e José Orlando de Sousa Júnior

O quê são Pessoas com Altas Habilidades? Quais são essas Altas Habilidades? Muitas pessoas não sabem o que vem a ser essa necessidade educacional especial. Os professores acabam achando que são crianças “prontas”, que já sabem tudo ou que tem a habilidade de aprender tudo.

Muitos sofrem discriminação nas escolas e são tachados de “CDF”, “nota 10 em tudo”, “exibido”, dentre outras formas de rotulação que lhes são dadas. Alguns professores até os consideram problemáticos, por serem questionadores e não admitirem respostas infundadas, ou regras sem fundamentação lógica, por isso às vezes sofrem perseguições inclusive dos próprios professores por terem um sentimento de “inveja”, “desprezo” ou “revanche”.

A Organização Mundial de Saúde calcula que cerca de 3,5% a 5% de toda a população mundial possua alguma categoria de Alta Habilidade. É necessário que se compreenda quem são e como trata-los para que se desenvolva uma educação humanitária que tem como princípios a igualdade e o respeito.

Atualmente, não existe uma concordância entre os estudiosos sobre o que seria a superdotação ou altas habilidades. Um dos conceitos mais citados vêm de Joseph Renzulli, que criou a teoria dos três anéis. A respeito desse conceito NICOLOSO E FREITAS dizem:

Este conceito atribui aos Portadores de Altas Habilidades um conjunto constante de características que se mantém estáveis ao longo de suas vidas. Habilidade acima da média, alta criatividade e um grande envolvimento com as tarefas, ou seja uma alta motivação. Estes grupos se entrelaçam entre si e precisa haver uma interseção destes três "anéis" para que se possa afirmar que alguém é portador de altas habilidades.(NICOLOSO E FREITAS,2002)
Renzulli define as Altas Habilidades em duas categorias distintas, a superdotação acadêmica e a produtivo criativa. A primeira é facilmente identificada pela realização de testes de QI, pois tem relação com a aprendizagem de conteúdos, principalmente com as áreas lingüísticas ou lógico-matemáticas. A respeito dos alunos com Altas Habilidades que possuem nessa categoria Stobäus e Mosquera (orgs.), 2004 dizem que:

O seu desenvolvimento tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, o treinamento estruturado no desenvolvimento dos processos de pensamento e a aquisição, armazenamento e recuperação das informações.(STOBÄUS E MOSQUERA, orgs. 2004, p. 239).

Já a segunda relaciona-se com a criação do ser humano e sua criatividade, sendo quase impossível medi-la pelos atuais testes de QI. Geralmente o possuidor dessa categoria de Altas Habilidades, trabalha nos problemas e áreas que têm relevância para ele. Stobäus e Mosquera (orgs.), 2004 dizem que:

A pessoa com Altas Habilidades produtivo-criativa geralmente se destaca por ser mais questionadora; extremamente imaginativa e inventiva e dispersiva, quando a tarefa não lhe interessa, não apreciando a rotina e tendo modos originais de abordar e resolver os problemas, pelo que muitas vezes tem baixo desempenho e falta de motivação.(STOBÄUS E MOSQUERA, orgs. 2004, p. 240).

Ainda sobre a pessoa com Altas Habilidades produtivo-criativa é importante ressaltar que como dificilmente podem ser identificados pelos atuais testes de QI, acabam por não serem tratados como PAH (pessoa com Altas Habilidades), e como desenvolvem-se mais nas áreas de criação, que não é muito contemplada pelos sistemas educacionais atuais e currículos, tende a ter um baixo rendimento escolar.

Um outro estudo pode ser relacionado com a teoria de Renzulli, é o estudo de Gardner (2005) sobre os tipos de inteligência, que são: inteligência lingüística, inteligência lógico-matemática, inteligência espacial, inteligência musical, inteligência sinestésica, inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência naturalista e inteligência existencial ou espiritualista.

Segundo Gardner (2005), um indivíduo pode desempenhar bem atividades relacionadas a um tipo de inteligência e atividades de outras inteligências não, de forma que seu rendimento escolar pode ser comprometido.

Muitos estudos e pesquisas definem que o aluno com altas habilidades nem sempre pode ser identificado por obter um escore superior a 120 ou 130 nos testes tradicionais de QI.

Segundo o Ministério da Educação (2001), nas Diretrizes Nacionais para a Educação Básica, podem ser consideradas superdotadas as crianças que:

apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2001).

Todos os conceitos citados concordam na questão de que a superdotação ou Altas Habilidades colocam o aluno em uma posição de destaque, seja na superdotação acadêmica, quando o aluno tem uma grande capacidade de assimilação do conhecimento na sala, ou na superdotação produtivo-criativa, onde o aluno usa da criatividade com muita habilidade, e que nem sempre é contemplado nos currículos escolares com essa capacidade.

Uma questão polêmica merece destaque nessa pequena resenha, diz respeito á educação dessas crianças com Altas Habilidades, pois muitos acham que elas já chegam prontas para aprender, ou já sabem de tudo e são boas em tudo, isso é um mito, pois como qualquer criança necessitam de um acompanhamento sério e competente. Cabe ao professor deixar de lado seus paradigmas e entender a criança como ser humano.

Bibliografia


GARDNER, H. (1995). Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2001). Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica - Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001.

STOBÄUS, Claus Dleter; MOSQUERA, Juan José Mouriño. Educação Especial: em direção à educação Inclusiva. 2ª ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

NICOLOSO, Claudia Maria Ferreira; FREITAS, Soraia Napoleão. A escola atual e o atendimento aos portadores de Altas Habilidades. 2002. Disponível no site: WWW.coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2002/01/a2.htm. Acesso em 12/03/2010 às 15:00h.

Um comentário:

  1. Adorei seu BLOG otima abordagem. Vcs estão de Parabens.

    Beijos Nanda.
    htth://rafabombo.blogspot.com

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