14 de janeiro de 2010

Outro olhar para Uma Lição de Amor*

Alunas autoras Bruna Eliza de sousa Lima e Priscila Fernandes de Souza

“Uma Lição de Amor” conta a história de Sam (Sean Penn), um homem com uma deficiência mental que limita sua capacidade intelectual a de uma criança de sete anos. O drama de Sam começa quando a guarda de sua filha Lucy (Dakota Fanning) lhe é tirada partindo do pressuposto de que ele seria incapaz de cuidar da criança, uma vez que a capacidade intelectual da menina já começa a ultrapassar a do pai. A partir desse fato é que se desenrola toda a trama, quando Sam recebe ajuda de seus amigos e da advogada Rita (Michelle Pfeiffer) para ter de volta a guarda de sua filha.

Pai e filha são abandonados pela mãe logo após o nascimento da menina, então Sam fica com a tarefa de cuidar sozinho dela, recebendo apenas alguma ajuda de uma vizinha e amiga, e de seus outros amigos. Ele tem uma rotina normal, trabalha em uma cafeteria, cuida da filha, sai com os amigos. Mas sua vida sofre uma reviravolta no dia do aniversário de sete anos de Lucy, quando uma assistente social vai até a casa de Sam buscar a garota para levá-la a um abrigo para menores já que a justiça determina que ele não tem condições de educar nem cuidar da menina.

Apesar de todo o drama que cerca a vida de Sam, é possível nos depararmos com cenas e fatos bem engraçados. O fato de ele ser um apaixonado por Beatles e saber de todas as informações sobre a banda (músicas, álbuns e suas respectivas datas de lançamento, etc.) e informações pessoais sobre cada um de seus integrantes, assim como também as cenas em que ele contracena com seus quatro amigos que também possuem deficiências mentais. São momentos que dão certo toque de humor e leveza ao filme, deixando de lado, por alguns instantes, a tensão que Sam e Lucy vivem.

O filme busca abrir nossos olhos para o fato de que a deficiência mental não interfere nem limita a capacidade de amar de uma pessoa. Muitas vezes acreditamos que a deficiência mental faz com que seu portador não tenha noção alguma de sentimentos, ou seja, que ele não saiba o que é amor ou mágoa, por exemplo. Talvez até dependendo do grau e da deficiência ele não tenha uma definição exata do que representam esses sentimentos, mas isso não o impede de sentir. Sam tem a idade mental, a inocência e a sinceridade de uma criança de sete anos, mas isso não o impede de amar sua filha e lutar com todas as suas forças para tê-la ao seu lado novamente.

*Esta é a segunda resenha que o blog apresenta sobre o filme Uma lição de Amor. Leia primeira

8 comentários:

  1. Interessante tal filme, por trazer uma lição a nós, a de que deficinência mental não priva sujeito algum de manifestar e vivenciar sentimentos intensos. Essa Resenha modificou um pouco mais minha concepção de deficiência mental, pois salientou que uma pessoa portadora dessa deficiência é ativo e pode ter uma vida comum, como qualquer outra pessoa.

    Maria José

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  2. como o título sugere é realmente uma lição de amor, nos mostra que pessoas com deficiência tem a capacidade de amar e de lutar pelo que realmente querem, são seres humanos e merecem amor, respeito e carinho.
    Ana carolina cardoso 2009.2

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  3. Fiquei impressionada com a história, pois era o pai da menina que tinha deficiência mental.
    Esse filme nos mostra que o amor e o respeito estão muito além das limitações de uma pessoa e como já foi dito em sala de aula é preciso ver e entender o indivíduo não a doença que ele tem, pois só assim poderemos ajudar alguém.

    bjs!!!
    Lidiane Sousa

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  4. Acho que nunca tinha assistido esse filme, mas vou procurar pelas locadoras. Amei essa história!!!
    Acredito que o maior problema no caso da deficiência é quando a sociedade não aceita que tal pessoa pode ultrapassar além da fronteiras. A prova de amor está em acreditar na capacidade do outro...

    Isabel C. de Lima

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  5. Parabéns , meninas!!!Muito bom esse filme, embora já tenha assistido ha muito tempo,lendo a resenha pude me lembrar com detalhes dessa emocionante história que é uma verdadeira lição de amor. Através deste filme vejo que a atitude social frente à deficiência mental ainda mantém até os dias atuais um olhar estigmatizante, vendo o deficiente mental como uma pessoa incapaz de levar uma vida comum e de amar. Estigma que desde sempre é usado para marcar a diferença.
    Aurilene Pontes

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  6. É indubitável o papel social que um cineasta pode nos dar. Obras cinematográficas que denunciam, crítica, reflete, ou simplesmente emocionam contribui para formação de quem consegue assisti-las. Infelizmente o capital limita a criação e divulgação de filme bons como esse por não render financeiramente como filmes milionários cheio de efeitos e atores de renome. Esse filme certamente, nós toca, senti na resenha, mesmo sem tê-lo assistido. O sentimento até hoje é abstrato e próprio do ser humano (por ser a única espécie a defini-lo e transmiti-lo), partindo desse pressuposto, certamente, Sam amava a menina, mas será que capacidade cognitiva e estrutural de formar essa criança ele tinha? Não quero ser racional de mais até por que concordo que a criança deveria ficar com ele assistida pela o Estado.
    E como o filme termina? (Sei que oculta esse fato é um convite ao filme)

    Gilseppe Bonazi

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  7. Interassantíssimo. Ao ver a capa do filme inúmeras vezes ficava desmotivada, agora com essas informaçõe do filme irei alugá-lo! O texto das meninas nos faz refletir exatamente na questão dos sentimentos, de até onde vai o direito de um pai, ou de uma criança. O último parágrafo revela-se bem verdadeiro, levando à reflexão: um portador de necessidades específicas tem sentimentos tanto quando nós. Então porque será que nós não "lembramos" disso? Será pelo fato de eles não falar, brigar, ou será pelo nosso comodismo que nos faz os deixarem a margem de tudo? Será preguiça de entender os sentimentos do outro,já que este não se expressa como nós?
    Sentimento, suponho eu, que todo ser humano tem, e cada um tem sua forma de revelá-lo, cabe a nós ter sensibilidade para perceber e receber.
    A questão judicial do filme me deixa um pouco em dúvida; pra criança se desenvolver ela precisa de estímulos fora e dentro de casa, Sam realmente não tinha condições de proporcioná-la um desenvolvimento adequado, já que o mesmo não tinha condições cognitivas para isso. Mas por outro lado, onde ficam os direitos de pai? A humanidade dessas pessoas ao separar um pai de uma filha, uma relação perfeitamente amorosa...
    Eu acho que eles deveriam ficar juntos, claro que com uma estrutura proporcionada a eles, profissionais que ajudassem a menina e ao pai a entender e a se desenvolver nesse meio.

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  8. Muitas vezes subestimamos alguém somente pela sua deficiência, e quando se trata de deficiência, pessoas com alguma deficiência mental é quem mais sofre com os estigmas vindos da sociedade, não de hoje, mas dos nossos ancestrais. Não ser o modelo de perfeição sempre foi significado de ser excluido. No caso do filme, o que é posto não é a capacidade de um ser humano ter sentimentos, principalmente quando se trata de um pai e uma filha, mas de uma pessoa com deficiência não ser capaz de cuida nem de si, nem de ninguém , o que é um completo absurdo.
    Devemos mudar isso não só na escola, não só em casa, mas dentro de cada um de nós verdadeiramente, só assim a concepção de incapacidade para com a pessoa deficiência poderá modificada para melhor.

    Ass: Stephanie Barros

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